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Ambientes open space: o futuro do trabalho nos espaços físicos

Os ambientes de trabalho open space, muito conhecidos por seus espaços amplos, mesas compartilhadas, lugares de descompressão e integração das equipes, são os modelos de escritórios mais fáceis de serem encontrados atualmente. No entanto, apesar da promessa de serem a atmosfera ideal para a inovação, flexibilidade e autonomia do funcionário, nem todos os profissionais se adaptam a esse sistema. Com a revolução digital pressionando as transformações do trabalho, a dúvida que fica é: como será o futuro do trabalho nos espaços físicos?

 

Esse modelo nasceu com o advento das startups. Tornou-se amplamente aplaudido e motivado pelo “ambiente Google” e foi acelerado pela necessidade das empresas em serem mais inovadoras e ágeis em seus processos. Quando o conceito começou a ser difundido, acreditava-se que, ao destruir as paredes, a empresa proporcionaria maior interação entre as equipes. A mudança física seria o start para uma maior oxigenação de ideias, mais agilidade na comunicação, criatividade, equipes mais engajadas e multidisciplinares. Afinal, ao derrubar as estruturas físicas, você descontrói também as barreiras invisíveis de interação e do relacionamento entre as pessoas.

 

Na teoria, faz muito sentido, mas na prática, esses ambientes podem ser grandes vilões da produtividade. Um estudo de dois pesquisadores da Escola de Negócios da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostra que em ambientes de trabalho aberto, as pessoas conversam menos ao vivo, por medo de parecerem desocupadas, e preferem serviços de mensagens instantâneas. Além disso, a dificuldade de concentração e a falta de privacidade faz as pessoas recorrerem a outros recursos de isolamento, como por exemplo, os fones de ouvido.

 

Quem não se adapta a esse modelo de interação, leva a fama de antissocial. Mas, a verdade é que existe uma boa razão para preferir trabalhar em um ambiente mais recluso e cercado por quatro paredes: o foco. Para a maioria das pessoas, o barulho é o que mais incomoda dentro desse modelo de escritório open space. Pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, descobriram que, em um ambiente de trabalho totalmente aberto, quase 50% das pessoas se sentem incomodas com o barulho. Quando o universo são ambientes separados por divisórias baixas, 60% das pessoas se dizem insatisfeitas. A verdade é que temos muita dificuldade de nos concentrarmos com interrupções constantes e, as pequenas distrações podem desviar nossa atenção por até 20 minutos.

 

O fato é que o sucesso desses ambientes, independe do perfil de colaborador, depende exclusivamente do tipo de tarefa que está sendo executada. Seja qual for a área de atuação do profissional, ao longo do dia de trabalho, algumas funções ou projetos irão demandar maior concentração, enquanto outros, precisam de maior interação entre a equipe envolvida e troca de ideias. Portanto, eu acredito que no futuro, os ambientes de trabalho serão híbridos, uma mistura entre estúdios privativos, espaços de interação e salas de reunião para pequenos grupos. Outra característica forte será a desconstrução da mesa pessoal.

 

Se hoje os profissionais estão acostumados a sentarem-se sempre na mesma mesa e personalizar esse espaço de acordo com suas preferências, no futuro, caminharemos para um modelo de estrutura nômade. Todos os dias, de acordo com sua necessidade, e para desempenhar as tarefas daquele dia, o funcionário vai se deslocar pelo ambiente de trabalho de maneira flexível. Para permitir essa liberdade, cada colaborador possui um laptop e um telefone celular, ao invés de um desktop e um telefone fixo. No fim do dia, todo o material de trabalho pode ser guardado em um armário, única parte da empresa que o colaborador pode “chamar de seu”.

 

Essa mudança de postura vai acelerar o modelo de trabalho homeoffice e é possível que os escritórios sejam pontos de encontro para as equipes que estiverem trabalhando no mesmo projeto. Os ambientes serão meramente um reflexo da diversidade e da transformação de outros aspectos do trabalho. Diversos hábitos que são comuns, como bater ponto, hierarquias rígidas, micro gerenciamento da gestão sobre a operação e o próprio conceito de aposentadoria, serão transformados e substituídos por novos que façam mais sentido.

 

No futuro, veremos empresas mais flexíveis e dispostas a abrir mão do controle dos ambientes físicos em prol de dar mais autonomia e recursos aos funcionários. Estamos caminhando para modelos de escritórios que não só promovem integração, colaboração e agilidade, mas que também respeitam individualidade de cada profissional. 

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