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Analógico x digital: como integrar as habilidades de cada perfil?

A revolução digital está transformando nossas vidas de maneira sistêmica. A tecnologia está inserida tanto no ambiente profissional quanto em nossos comportamentos e hábitos sociais, e não há dúvidas de que ela está influenciando nossas vidas de maneira positiva. Seja facilitando os processos do dia a dia, aproximando as pessoas, mudando o jeito como nos comunicamos, aumentando o acesso à informação ou transformando nosso relacionamento com o dinheiro.

 

O fato é que a tecnologia revolucionou a maneira como vivemos e trabalhamos. Ela  substituiu grande parte dos processos analógicos (vamos explicar aqui como ‘mundo off-line’) por digitais (‘mundo online’ pós internet), diluiu as barreiras físicas e permitiu que estivéssemos disponíveis full time para o trabalho, tornando possível transformar qualquer dispositivo conectado à internet em nossa mesa de trabalho ou sala de reunião. Segundo a Associação Americana de Psicologia, 53% dos americanos trabalham no fim de semana, 52% fora das horas de trabalho designadas e 54% trabalham mesmo quando estão doentes.

 

No entanto, mesmo a revolução digital sendo algo inerente à nossa época, alguns profissionais são resistentes às mudanças. Desde abandonar o papel para fazer anotação e impressões de documentos, até uma dificuldade em marcar reuniões por vídeo conferência. Apesar de parecer pura teimosia será que opor-se a algumas dessas tendências é algo ruim?

 

Um estudo feito com alunos da universidade de Princeton e UCLA, e publicado pela revista Phychological Science, indica que tomar notas no papel é melhor para a memorização de conceitos do que o ato de digitar. Segundo os pesquisadores, umas das possíveis explicações é que as pessoas que anotam à mão prestam mais atenção às informações, enquanto as que usam o computador acabam por tentar anotar literalmente tudo o que está sendo dito, sem se ater ao conceito ou sem entender o que está sendo discutido. Outra vantagem dos profissionais analógicos é que cultivar o hábito da escrita faz bem para desenvolver a concentração, a criatividade, além de aumentar a tranquilidade e diminuir os índices de estresse.

 

Entretanto, aderir à tecnologia é libertador em alguns aspectos. Ela não só diminuiu barreiras físicas como também construiu pontes. A revolução digital empoderou todos os tipos de profissionais, dando-lhes mais tempo produtivo. Hoje em dia é possível termos à mão, na distância de um clique, tudo o que precisamos: desde documentos salvos na nuvem, acesso às notícias, agilidade, facilidade de comunicação e até mesmo entretenimento.

 

É inegável que a tecnologia a e conexão full time facilitou os processos de trabalho e em alguns casos aumentou nossa produtividade, mas também fez com que desenvolvêssemos uma grande dependência das tecnologias digitais. A chamada ‘nomofobia’, ou - o pavor de ficar sem celular - é uma das consequências dessa nossa dependência. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos com usuários de celulares Android apontou que checamos as atualizações do smartphone, em média, 2.617 vezes ao dia e gastamos algo em torno de 2 horas e 25 minutos no aparelho no mesmo período.

 

Algumas pessoas temem essa dependência, enquanto outras já admitem o vício em tecnologias digitais. Apesar da tecnologia, muitas vezes, ser uma vilã de nosso tempo e atenção não temos como fugir da digitalização. Nossa maior preocupação deve ser encontrar equilíbrio para extrair o melhor de ambos os mundos: analógico e digital. Enquanto líderes e organizações, devemos projetar tecnologias inclusivas que facilitem o acesso e encurtem as distâncias ao mesmo tempo, e sejam capazes de cultivar hábitos saudáveis e não viciantes.

 

Com o mindset e disposições corretas é possível construir ambientes de trabalho onde a tecnologia seja aliada e onde profissionais de diversos perfis consigam coexistir de maneira integrada e respeitosa, dando lugar para a coexistência de hábitos analógicos e digitais e não apenas a escolha de um perfil e a exclusão de outro. Mais uma vez, eu defendo o direito à diversidade profissional, é papel de cada empresa e gestor observar e defender os processos de memorização, aprendizado e desenvolvimento de cada indivíduo que integre suas diferentes equipes.

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